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Alimentação X Sustentabilidade

  • Beatriz Garcia Ziliotto
  • 11 de nov. de 2019
  • 3 min de leitura

Para o ano de 2050 está previsto que a população mundial chegue a nove bilhões de habitantes. Sendo assim, surgiu o questionamento: será possível a terra alimentar todos os habitantes sem ser degradada de forma irreversível e com uma dieta alimentar que garanta a saúde e o bem-estar das pessoas?

O sistema alimentar pode ser dividido em cinco etapas, sendo elas: a produção (cultivo dos alimentos e criação de animais), o processamento (processo de transformação dos alimentos em produtos), a distribuição (transporte e armazenamento dos alimentos do local de produção aos mercados), o consumo (fase na qual o alimento é adquirido, utilizado e consumido) e a disposição de resíduos (descarte final dos alimentos e seus subprodutos). Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês), cerca de um terço dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados em alguma das etapas. Além do prejuízo humano incalculável (esses alimentos poderiam alimentar quem passa fome), há um prejuízo ambiental em grande escala.

Uma quantidade incalculável de água é usada todos os dias nas diversas etapas de produção dos alimentos. O desperdício consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água, o equivalente à vazão anual do Rio Volga, o maior rio em comprimento da Europa. Estima-se que os alimentos desperdiçados no mundo correspondam à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.

Devido a essa grande problemática, surge a necessidade de buscar alternativas mais sustentáveis. Entre as estratégias e ações de sustentabilidade efetivamente implantadas no Brasil encontra-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos, publicada com a Lei 12.305 de 2010, a qual responsabiliza órgãos federais, estaduais e municipais, além de todos os setores de produção, serviços e sociedade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos. Já na parte econômica e social, destaca-se a Lei 11.326 de julho de 2006, a qual define as normas para formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e os critérios para identificação desse público. O principal apoiador da agricultura familiar é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), tendo como objetivo principal o incentivo do desenvolvimento sustentável.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura denomina dietas saudáveis, no contexto da sustentabilidade, como dietas sustentáveis. As dietas sustentáveis são aquelas com baixo impacto ambiental, que contribuem para a segurança alimentar e nutricional e para uma vida saudável para as gerações presentes e futuras.



Algumas das formas para se ter uma alimentação mais sustentável são:


- Consumir produtos orgânicos: eles reduzem os danos causados por insumos químicos, prejudicando o solo e os recursos hídricos, além de prejudicar a saúde;


- Utilizar ingredientes regionais: além de diminuir as emissões de gases derivados do transporte, dar preferência aos produtos regionais beneficia os produtores locais, além de valorizar a herança cultural e alimentar da região;


- Não consumir espécies em risco de extinção: evitar o consumo de espécies ameaçadas de extinção e dar preferência aos produtos certificados, reduz as possibilidade de extinção, incentiva a produção legalizada e evita doenças provenientes da exploração ilegal destes recursos;


- Respeitar a sazonalidade: alimentos fora de época são mais caros, menos nutritivos e ainda envolvem técnicas de cultivo nada amigáveis ao meio ambiente. Por serem consumidos fora da época natural, provavelmente são trazidos de regiões mais distantes e colhidos antes do tempo, amadurecem no caminho e perdem muitas vitaminas e nutrientes;


- Evitar o desperdício de alimentos: reduzir o desperdício de alimentos reduz os gastos com ingredientes, aproveita melhor os nutrientes do alimento e ainda reduz a produção de resíduos orgânicos. Siga 3 dicas básicas:


- Planejar antes de ir ao mercado, verificando o que realmente precisa ser comprado para evitar excessos. Observe o prazo de validade das mercadorias.


- Armazenar os alimentos de forma adequada, dentro da temperatura e embalagem recomendadas para que o alimento não estrague antes da hora e tenha o lixo como destino.


- Aproveitar as cascas, entrecascas, talos, sementes e folhas, que normalmente são descartados. As partes não convencionais dos alimentos fornecem nutrientes importantes para a manutenção da saúde, como fibras, vitaminas e minerais. Ou seja, ao jogar alimentos no lixo, também desperdiçamos dinheiro e saúde.

Referências:

CAMOMILA ESCOLAR. Alimentação e Sustentabilidade. Disponível em: http://www.camomilanutricao.com.br/dicas-e-receitas-post.php?title=alimentacao-e-sustentabilidade. Acesso em: 7 nov. 2019.

HOJE EM DIA. Alimentação, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/blogs/opini%C3%A3o-1.363900/alimenta%C3%A7%C3%A3o-meio-ambiente-e-sustentabilidade-1.566200. Acesso em: 30 out. 2019.

MELO, Thaísa Cristina Tavares de. Conceitos e práticas da sustentabilidade na nutrição em alimentação coletiva no contexto da segurança alimentar e nutricional. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Nutrição) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2018.

VENTURA, H. R. P. C. J. D. Alimentação e sustentabilidade. Estudos Avançados: São Paulo, v. 31, n. 89, jan./2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142017000100185&script=sci_arttext. Acesso em: 7 nov. 2019.

 
 
 

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